quarta-feira, 30 de maio de 2007

Arquiteto Cognitivo

Arquitetos Cognitivos



''É um profissional capaz de traçar estratégias e mapas de navegação que permitem ao aluno empreender, de forma autônoma e integrada, os próprios caminhos de construção do conhecimento em rede, assumindo, para isso, uma postura consciente de reflexão-na-ação e fazendo o uso crítico das tecnologias como novos ambientes de aprendizagem.





A arquitetura cognitiva de Jean-François Richard

''Escrito por Bruno Carvalho
Para a psicologia cognitiva de Richard, a cognição é entendida como um processo disparado por uma situação, compreendida pelos mecanismos perceptivos do cérebro. Tal situação é uma perturbação interna ao indivíduo, possivelmente fruto de uma ressonância causada por algum fator externo. O fenômeno, como um todo, pode ser visualizado conforme a figura a seguir.
Arquitetura cognitiva segundo Jean-François Richard
Fonte: FIALHO, Francisco. Uma introdução à engenharia do conhecimento. Florianópolis: UFSC, 1999 (apostila).
Os conhecimentos são todo o repertório de representações armazenadas na memória de longo termo, tanto em nível de conhecimentos específicos quanto de conhecimentos abstratos (morais, culturais, genéricos).Toda situação, para ser compreendida, deve ser representada pelo indivíduo. Portanto, pode-se dizer que a representação é a construção de um “modelo de similaridade” para o mundo, com base na experiência de vida e na varredura feita na memória em busca de situações análogas.Caso não seja possível representar adequadamente a situação, o indivíduo irá recorrer aos seus processos de raciocínio, buscando construir a representação para a situação a fim de poder compreendê-la. Isso é o que acontece na resolução de problemas.Qualquer que seja o caminho percorrido, a situação conduzirá a mente a produzir: a) atividades de execução automatizadas, que acontecem quando a situação é conhecida e bem representada, a ponto de poder ser executada sem atenção consciente; b) atividades de execução não automatizadas, quando a representação da situação é recém-elaborada ou não é comum e, portanto, requer um esforço consciente para a execução das tarefas necessárias; e c) solução de problemas, quando não há uma representação satisfatória para a situação.A relação entre conhecimentos, representações e raciocínios é tal que um complementa o outro. Em outras palavras, os conhecimentos existentes podem ser reforçados ou refutados conforme surjam novas representações de situações, construídas por instrução (por meio de representações “prontas” de acontecimentos) ou por descoberta (solução de problemas práticos, por “tentativa e erro”).Quando construímos a representação de uma nova situação e a armazenamos na nossa memória, estamos construindo conhecimentos. Quando, no entanto, essa representação é fruto de um problema, elaboramos uma seqüência de ações que, após uma avaliação, pode-se transformar em conhecimento (“verdadeiro”, caso a avaliação seja positiva em relação à situação, ou “falso”, caso seja negativa).Existe também a função de regulação, que é desempenhada durante todo o processo, e tem como um dos principais agentes as emoções. A regulação é responsável pela ordenação de prioridades, elaboração da seqüência de ações necessárias e pelas decisões de abandono, reforço ou continuação da tarefa.Finalmente, é necessária uma estrutura de controle, que consiste em determinar os meios necessários e em cuidar do desenvolvimento da tarefa. O controle está localizado em três momentos específicos: a) quando construímos a representação da situação; b) quando elaboramos a seqüência de ações em função da situação; e c) na avaliação do resultado das ações. No momento (a), questionamos a validade da representação em função da situação existente. Em (b), verificamos se as ações previstas têm probabilidade de atingir o resultado esperado e, em função dessa análise, podemos alterar as tarefas (função de regulação). Em (c), questionamos o resultado das ações tomadas, levando em consideração a situação inicial e o produto final esperado. ''

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Entrevista com Andrea Cecilia Ramal


Doutora em Educação PUC-RJ


''Creio que o computador vai substituir o professor. Estou falando, é claro, do professor-transmissor de conteúdos, parado no tempo, aquele das conhecidas fichas que serviam para todas as turmas, ano após ano. Aquele que pensava que, mesmo apresentando as coisas de maneira maçante e tradicional, trazia novidades para pessoas que não sabiam quase nada. Essa transmissão de dados passará a ser feita pelo computador de um modo muito mais interessante: com recursos de animação, cores e sons; o aluno terá papel ativo, buscando os temas em que deseja se aprofundar. Algo excluído há muito tempo do currículo entrará na escola: a própria vida do estudante. Então caberá a nós reinventar a nossa profissão.
Como será o professor do próximo milênio? Acredito que ele será um estrategista da aprendizagem. Alguém que vai precisar conhecer a psicologia e a ecologia cognitivas de seu tempo (em outras palavras: saber como o aluno aprende), para poder criar estratégias de aprendizagem no ambiente do computador.
Existem duas formas de usar a máquina na sala de aula. Uma é como se ela fosse simplesmente um caderno mais prático, ou um quadro-negro mais moderno: por exemplo, colocar os alunos para copiar textos no Word, ou dar aula com apresentações no Powerpoint. Isso não é novidade, é apenas incrementar a aula tradicional com elementos atraentes.
A segunda maneira é tornar o computador um novo ambiente cognitivo, ou seja, compreender que no contexto digital mudam as nossas formas de pensar e, portanto, de aprender. Isso não é inédito na humanidade: quando a escrita surgiu, o mundo começou a pensar diferente, a organizar as idéias de outro modo e a formar novas visões da realidade. Nossa época é tão decisiva na história como aquele momento. Cabeças deixam de ser analógicas para se tornar digitais. Como se estrutura seu pensamento?
Vou dar um exemplo muito simples, a partir da minha experiência. Fui professora de Português/Literatura e Redação e, durante muito tempo, reclamei dos alunos que não queriam fazer rascunho, pensando que era preguiça. Hoje percebo, estudando as práticas de leitura e escrita na cibercultura, que na verdade existe uma nova relação com o erro. Antes, errar significava refazer toda a página. Agora, o esboço é o monitor. O rascunho é o próprio texto. Escrevemos pelo ensaio-e-erro: não gostei deste parágrafo aqui, puxo para lá, excluo, reescrevo - tudo antes de imprimir. É uma espécie de aprendizagem por simulação. Como pretender que os jovens façam rascunho no papel? Isso corresponde ao paradigma da página, da linearidade. Acompanhar o processo de escrita pelos monitores em que os alunos trabalham, em vez de ficar apenas com o resultado final, pode ser uma estratégia para conhecer mais e melhor a dinâmica dos processos de escrita dos estudantes.
Pierre Lévy usa duas expressões interessantes para falar do professor: arquiteto cognitivo e engenheiro do conhecimento. Traduzindo: aquele profissional responsável por traçar e sugerir caminhos na construção do saber.
Esses novos papéis vão exigir mudanças nos cursos de formação docente, abertura permanente ao novo, visão crítica na seleção das informações, sintonia com os desafios de cada momento e atenção constante aos processos educativos, tanto quanto aos resultados. O percurso que cada aluno tiver empreendido, a sua forma de navegação pelo universo do saber, será o contexto do qual o orientador de estudos terá que partir para traçar os próximos links da rede de construção coletiva do pensamento.
Só podemos imaginar que, no próximo milênio, vai ser muito mais difícil ser um mestre. Mas, em contrapartida, estaremos contribuindo para formar, em vez de receptores passivos de conteúdos, seres mais capazes de atribuir novos sentidos para a realidade; pessoas que saibam criar novos saberes, a serviço da humanidade.
Está em nossas mãos, agora, a possibilidade de deletar a escola de portas fechadas e cercadas por muros, para deixar nascer a escola da multiplicidade, do hipertexto, do link, das janelas abertas e das salas de aulas conectadas com o mundo.
E garanto que tem muita gente que mal pode esperar por ela. ''



SUJESTÕES DE ALGUMAS ATIVIDADES PARA PROFESSORES ARQUITETOS COGNITIVOS.

•Pesquisa e acesso a informações;

•Troca de mensagens (fórum e e-mail);

•Bate-papo com especialistas;

•Criação de projetos colaborativos em rede;

•Organização de eventos pedagógicos regionais;

•Criação de hipertextos;

•Aprofundamento de temas (grupos de discussão)

•Colaboração em projetos;

•Troca de impressões com tutores em tempo real;

•Desenvolvimento de atividades telemediáticas;

•Outros. ''


COMO TRABALHAR COM ESTE TEMA EM SALA DE AULA?


*PRIMEIRAMENTE EU SUJIRO A TODOS QUE PESQUISEM SOBRE O TEMA QUE ESTÁ SENDO ABORDADO.

*LOGO APÓS FORMAREMOS UM TEXTO COLABORATIVO DENTRO DO GOOGLE.

*COMO CULMINÂNCIA FAREMOS POWER POINT DE ARQUITETOS COGNITIVOS E APRESENTAREMOS PARA O PROFESSOR.